Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
25 de Abril de 2024

Filho diz que juiz preso na Paraíba já entrou na cadeia com telefone celular

há 11 anos
O filho do juiz José Edvaldo Albuquerque de Lima negou nesta sexta-feira (9) que tenha sido responsável por entrar no Centro de Ensino da Polícia Militar com o telefone celular que o pai vinha utilizando na cela. Em e-mail enviado ao G1, o advogado Marcello Vaz Albuquerque de Lima afirmou que Edvaldo estava com o aparelho quando foi preso em abril, durante a Operação Astringere, e não foi revistado pela Polícia Federal, nem pela Polícia Militar.

José Edvaldo está preso sob a acusação de comandar um esquema de fabricação de multas judiciais, em conluio com advogados, que funcionava no Fórum de Mangabeira. Na terça-feira (6) ele conversou com o G1 usando o telefone celular e afirmou que o aparelho havia sido levado pelo seu filho para que ele pudesse falar com a família e com o advogado.

Marcello Vaz afirmou que nenhum filho do magistrado entrou no estabelecimento com o celular. Disse ainda que Edvaldo é pai de quatro filhos, sendo dois deles menores, e o único que tem prerrogativas para entrar no Centro de Ensino sem passar pela revista pessoal é ele, em razão de ser advogado.

O filho de Edvaldo ressaltou que no dia em que Operação Astringere foi deflagrada agentes da Polícia Federal levaram o magistrado de sua residência ao Tribunal de Justiça da Paraíba, para prestar depoimento. “Em momento algum, seja durante tal condução coercitiva, ou quando de seu ingresso no Centro de Ensino da PM, lhe fora efetivada revista pessoal, que desde o primeiro momento já portava consigo um aparelho celular que permaneceu com o mesmo até o dia da veiculação da reportagem”, disse Marcello Vaz em um trecho do e-mail.

Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Federal disse que em todas as operações realizadas por ela ninguém é levado à prisão sem passar por revista. De acordo com a corporação, isso é um procedimento padrão independente de quem seja o preso.

O diretor do Centro de Ensino da Polícia Militar, coronel Sales Júnior, também garantiu que foi feita a revista em José Edvaldo quando ele chegou à unidade. “Todos os presos que são encaminhados ao Centro são revistados. Inclusive alguns presos especiais se sentem 'melindrados', mas isso não muda nada”, afirmou. Sales ressaltou, contudo, que o local que dirige não é um presídio, portanto, as revistas são minuciosas, mas não seguem o mesmo modelo das realizadas nas unidades prisionais.

O desembargador Joás de Brito Pereira determinou na quarta-feira (7) que o comando da Polícia Militar proíba o juiz José Edvaldo Albuquerque de Lima de usar telefone celular na prisão. A direção do Centro de Ensino informou que foi feita uma revista na cela que o magistrado ocupa e não foi encontrado nenhum aparelho.

Greve de fome e hospital

O juiz José Edvaldo Albuquerque de Lima afirma que está em greve de fome desde o final de semana e que pretende ficar sem se alimentar até que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) faça uma correição em todos os processos julgados por ele. Ele passou mal na madrugada da quarta-feira (7) e deu entrada no Hospital Samaritano em João Pessoa, onde permanece internado.

Segundo informações do Samaritano, José Edvaldo deu entrada no hospital bastante debilitado, com a taxa de açúcar no sangue baixa e com a pressão alta. A enfermagem da unidade ressaltou que o juiz é diabético e hipertenso e seu quadro teria sido causado por ele não estar se alimentando bem.

Entenda a Operação Astringere


Durante a Operação Astringere, dez pessoas em João Pessoa e Brasília suspeitas de participar de um esquema que “fabricava” astreintes, multas em dinheiro definidas pelo magistrado para que pessoa ou empresa citada em um processo cumpra uma ordem judicial. A Operação foi deflagrada após solicitação da Justiça Estadual.

Segundo as investigações, o juiz José Edvaldo favorecia os advogados liberando alvarás com rapidez e definindo multas em dinheiro para aqueles que não cumpriam a ordem, segundo a PF.

O esquema de alvarás e astreintes acontecia sem nenhum conhecimento da pessoa responsável pela ação judicial ou por meio de ações promovidas em nome de “laranjas”, pessoas que não sabiam que tinham seu nome usado para promoção de ações judiciais.


Na época, o então superintendente da Polícia Federal na Paraíba, Marcelo Diniz Cordeiro, disse que a quadrilha agia de maneira organizada, podendo ser considerado um “sindicato” do crime.

Fonte : http://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/2013/08/filho-diz-que-juiz-preso-na-paraiba-ja-entrou-na-cadeia-com-telefone-celular.html

  • Sobre o autorAssessor de Diretoria em empresa privada
  • Publicações11
  • Seguidores249
Detalhes da publicação
  • Tipo do documentoNotícia
  • Visualizações944
De onde vêm as informações do Jusbrasil?
Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/filho-diz-que-juiz-preso-na-paraiba-ja-entrou-na-cadeia-com-telefone-celular/111827157

0 Comentários

Faça um comentário construtivo para esse documento.

Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)